Enfim ou em vão,
Adolescer, sim,
É dizer não.
Ciclo real, ato absorto,
Esta infância do futuro,
A vida num muro de vidro,
Bem ou mal, reto no torto,
recados mortos – em recatos ressurgidos –
Eis um sábio ainda sem língua,
Um adulto sem ouvidos.
A adolescência é uma espinha – duplo emblema –
que o próprio tempo erige, esmpreme ou fura?
Sem cura o eterno dilema:
Um familiar anônimo, todo antônimo,
a buscar-se em atônito sinômino.
Na adolescência, a ciência da infância ‘inda perdura
Sob nova aparência, uma velha postura:
Crescer sempre foi desobediência!
Todo avanço é ruptura!
O que seria dos ovos sem os pêlos?
Como seria o horizonte sem as dunas?
Quem seria Dalila,
sem tesouras nem cabelos?
Quem seria Sansão, sem as colunas?
Deixe um comentário